“Ao contrário de Rui Rio e do atual PSD Nacional, o PSD Açores de Duarte Freitas tem dado sinais evidentes de que se prefere manter à margem de qualquer consenso”, afirmou André Bradford, na declaração política sobre “negociações do próximo quadro financeiro plurianual da União Europeia”, apresentada esta quinta-feira, em sessão Plenária.
Considerando que a preparação de um novo quadro comunitário “é também um momento de pura negociação política – um jogo de forças e de interesses”, André Bradford defendeu que “a melhor defesa de uma Região como a nossa é, sem dúvida, o grau de preparação e, sobretudo, o nível de compromisso que formos capazes de gerar, congregando em torno de uma agenda comum de objetivos a disponibilidade e a vontade dos vários agentes político-partidários, representantes setoriais, sociedade civil e demais interessados”.
“Desde a primeira hora”, recordou, o Governo dos Açores promoveu, ao longo de vários meses, “um intenso e participado debate regional, reunindo partidos políticos, parceiros sociais, unidades de ensino e ordens profissionais”. Também com o apoio do Grupo Parlamentar do PS/Açores, foi promovido um debate, com todos os partidos, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores. Tudo, sublinhou André Bradford, com o objetivo foi garantir que “a posição dos Açores não fosse a mera opinião do Governo, mas antes um conjunto articulado de linhas estratégicas espelhando as aspirações das diversas sensibilidades que compõem o todo Açoriano”.
No entanto, ao contrário do que aconteceu com a oposição no plano nacional “que foi capaz de pôr de lado o instinto partidário e perceber que uma boa negociação em Bruxelas é garantia de um melhor futuro”, o PSD nos Açores, diz André Bradford, parece incomodado “com a ideia de que a Região possa vir a manter o mesmo nível de apoios comunitários”.
“Fica-se com a sensação de que este PSD Açores se sente tanto mais confiante, do ponto de vista político-eleitoral, quanto menos meios de estímulo financeiro a Região dispuser para prosseguir o seu rumo de desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida dos Açorianos. Talvez por isso Rui Rio nunca tenha sido o preferido de Duarte Freitas. Talvez por isso o PSD Açores também não seja o preferido de Rui Rio”, acrescentou o líder da bancada socialista.
“Nós, pelo nosso lado, estamos totalmente empenhados em conseguir o melhor para os Açores, com a colaboração essencial de todos quantos são capazes de separar o interesse imediato e particular do bem maior e duradouro que é vermos consagradas as nossas justas pretensões enquanto Região Ultraperiférica de uma Europa que se pretende coesa, equilibrada e desenvolvida”, concluiu.